segunda-feira, 1 de julho de 2013


Grupo Aurea – Contrastes
É sempre entusiasmante ver como alguém de fora do nosso país o percepciona. Foi exactamente isso que o Grupo Aurea fez, representando a cidade de Lisboa na sua colecção "Contrastes".
O objectivo desta colecção foi apresentar coordenados versáteis que podem ser usados de dia e de noite, através do acrescento de pormenores como pedrarias e transparências.
O conceito é muito interessante e poderia ter resultado muito bem. No entanto, o que falhou foi a execução e confecção das peças que se revelaram ser demasiado simples, mostrando alguns problemas nos acabamentos. Tais factos podem ser justificados devido a este grupo ter tido menos tempo para a elaboração da colecção, assim como nunca teve contacto tanto com o processo de confecção, bem como algumas técnicas de costura.
O grande ponto a favor foi a escolha da música que juntou Sérgio Godinho com Caetano Veloso, visto este grupo ser formado por Brasileiras. "Lisboa que amanhece" foi o tema escolhido.

Fotografia de João Bacelar

Ana Teixeira – Coincidence
Esta colecção foi, provavelmente, uma das mais evidentemente marcadas pela geometria. Ana Teixeira apresentou-nos uma exploração das formas geométricas ao nível do corte e dos moldes, mostrando capacidades de execução impecáveis.
"Coincidence" caracteriza-se ainda pelas suas simetrias e aberturas inesperadas, assim como pela sua paleta de tons neutros e fortes que funcionou bem na passarela.  
Destaco o coordenado 3 pela utilização de painéis na lateral e pelas costas que, infelizmente, não se vêem na fotografia.

Fotografia de Paulo Ribeiro

Vanessa Mendes – Diamonds
"Diamonds" não foi adorada por todos devido ao seu ar pouco convencional e com um toque de cabaret. Confesso que, a nível pessoal, também não é uma estética com a qual me identifique. Apesar disso, há que saber abraçar as diferenças.
Vanessa Mendes tem todo o mérito ao nível da execução das suas peças, pois mostrou um corte impecável e uma confecção praticamente perfeita.
Relativamente ao conceito, achei-o interessante. No entanto, creio que os conjuntos eram todos muito semelhantes, pelo que considero que a exploração da ideia da "dança" nesta colecção poderia ter sido mais profunda a trabalhada.

Fotografia de João Bacelar

Bárbara Leão – ARC.HIM
Uma colecção jovem, masculina e inspirada na Casa da Ópera de Sydney, factores que deram o mote para a junção de “ARC” (palavra inglesa que significa “arco” – devido à estrutura arquitectónica da Casa da Ópera) e de “HIM” (palavra inglesa que significa “ele” – devido ao cunho masculino que caracterizou a colecção).
Bárbara Leão apresentou-nos propostas descontraídas e marcadamente geométricas que entraram num jogo de opostos. As oposições puderam ser vistas no esquema de cores escolhido, no qual o azul frio serviu de base para o surgimento de um bordeaux mais quente, e na dicotomia entre contemporâneo e clássico. Por um lado, se as joalheiras e o hoodie representam a contemporaneidade, por outro lado, as pregas nas calças e a camisa representam o classicismo.
“ARC.HIM” demonstrou ser uma colecção versátil, completa e madura, marcadamente urbana e desportiva. Como peça-chave, pode ser apontada a parka azul-escura, onde as linhas em arco eram mais do que evidentes.
Fotografia de Sal Nunkachov 

Souza & Matsumura – Linhas do Novo Mundo
"Linhas do Novo Mundo" foi outra das colecções inspiradas na cidade de Lisboa, vista aos olhos de dois designers brasileiros que se juntaram para fundamentar a sua colecção no Padrão dos Descobrimentos.
Apesar da simplicidade e de alguns problemas de fitting na parte de trás das saias, Souza & Matsumura apresentaram-nos peças divertidas e com um esquema de cores náutico, não fosse a sua inspiração um dos monumentos portugueses mais próximos do rio Tejo.
É de referir que esta dupla teve menos tempo para a concepção e execução da colecção do que os restantes alunos, pelo que, tendo isso em conta, é de dar todo o mérito àquilo que conseguiram meter a desfilar na passarela.
O meu destaque vai para o jogo de linhas que revela a criatividade de ambos, assim como a sua coesão enquanto equipa.

Fotografia de João Bacelar

Estas críticas não são, de forma alguma, textos jornalísticos.
Representam exclusivamente a minha opinião pessoal e não uma verdade absoluta.

Marta F. Cardoso

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2 Comentários:

  1. A colecção contrastes foi a que mais me agradou pois pois nos da muita versactilidade, sendo vestes pra toda hora

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  2. Confidence e Diamonds estão as duas fantásticas. Faz falta o doferente e o arrojado para marcar a diferença na "convencional e conservadora" postura portuguesa. Parabens

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