domingo, 11 de maio de 2014

O combate ao preconceito ganhou um novo nome: Zentai.

Trata-se de um movimento que elege a lycra em todo o corpo como traje principal. Assim, os adeptos desta moda andam cobertos, da cabeça até aos pés, com um macacão no material enunciado, envolvendo também a cabeça.

Adeptos da arte Zentai
Fonte: Público

Todos os trajes até hoje conhecidos tiveram as mais variadas origens. A grande maioria ganhava forma nas artes performativas e só depois se transpunha para a vida do quotidiano. De facto, o Zentai desenvolveu-se, primordialmente, na arte cénica, sendo que seguiu na vertente erótica e só depois foi adaptado ao chamado streetstyle japonês.

Existem diversos encontros próprios para os apreciadores desta forma de vestir. O "Tokyo Zentai Club" é um deles.

O principal motivo que levou o Zentai a chegar a mais pessoas foi o facto da comunicação social ter noticiado a história de um jovem que ajudava as mães a carregar os carrinhos dos seus filhos em locais como o metro, vestindo um fato de Power Ranger.

Fonte: Público

Enquanto que alguns aderiram a esta moda por várias razões, como a prática de boas acções, existe quem fundamente esta nova manifestação do vestir sob um prisma diferente: o sexual.

Efectivamente, existe uma mística sexual muito subjacente a todo este conceito, o que acaba por provocar nos actores sociais uma curiosidade sexual muito nítida. Nezumiko, japonês e adepto do Zentai, afirma que gosta de ser tocado e acariciado com as roupas em questão. Assim, acabamos por transpor a arte do tacto como primordial, e não a visão, como ocorre mais frequentemente na actualidade.

Quando interligado com a problemática das desigualdades, podemos concluir que, de facto, estamos perante um fenómeno social importantíssimo. Trata-se de um desconhecido conhecido, de uma pessoa que não escolhe os modelos sociais como eles intrinsecamente estão patentes na sociedade, mas que cria um só seu, mesmo que seja manifestado em grupo.

Concluindo, se, por um lado, temos toda uma simbologia ligada à moda e a uma nova prática social,  por outro lado, não estaremos nós perante uma nova forma de interpretar o "eu" individual? Será a imagem assim tão importante para a nossa comunicação diária?

Tiago Andrade

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