quarta-feira, 9 de abril de 2014


É importante perceber que em todas as indústrias existe um estado cíclico de follow ou followers. Ora, a moda, em toda a sua conjectura de organização, não deixa de ser mais uma destas situações.

Sente-se efectivamente uma necessidade de acompanhar o mercado de forma a que os próprios designers possam afirmar a sua posição no ciclo. A situação que prevejo ter maior correlação com todos os argumentos prestados é o Menswear.

A equipa do Trend me too esteve presente nesta edição do Portugal Fashion, sob o tema ORGANIC, e, claramente, comprovou-se o que teoricamente foi explanado. Muitos são os factores que podem ter levado a moda a evoluir neste sentido, mas podemos afirmar desde logo: o Menswear desenvolve-se, agora, com uma apropriação efectiva do Sportswear.

"Tens exemplos concretos?", perguntam vocês. De facto, tenho. Não vamos ignorar a ascensão de Hugo Costa ao pódio da sala principal, nem mesmo a de Estelita Mendonça, ou vamos?

Percebe-se agora que esta direcção que o menswear contemporâneo tem tomado não só passa de uma declaração dos próprios estilistas face ao mercado, como também poderá ser uma forma de acompanhar o mercado internacional (um exemplo concreto, aqui).

"Nagajurna" e "Bushido" foram, de facto, um statement na cultura do masculino. As colecções dos designers Estelita Mendonça e Hugo Costa, respectivamente, vieram, desde a ultima edição, fornecer um refresh nas vistas.

Estelita Mendonça AW14; Fotos - Portugal Fashion.

Hugo Costa AW14; Fotos - Portugal Fashion.

"Volumes exagerados e funcionais, representados em materiais tradicionais, que se fundem com os tecnológicos." - Podemos, desde já, inferir que, através desta premissa, ambas as colecções se fundem neste tipo contextual de situação. Efectivamente, "o vazio é o expoente máximo de possibilidades e opções" porque são abordados dois temas que culminam num reafirmar das colecções outrora apresentadas noutra direcção. Estes criadores têm, de facto, a noção do caminho do Menswear e agradecimentos deveriam ser feitos por esta fantástica ascensão em campo nacional.

Vicri AW14; Fotos - Pedro Monteiro e Paulo Costa.

Num outro prisma, temos as já assentes marcas, como Vicri, que seguem um rumo, edição após edição, no mesmo sentido. É de facto, uma marca direccionada para uma cultura de culto, passando a redundância, ou, por palavras corriqueiras, um público-alvo.

Olhos de admiração de um certo "oh, aquilo é novo" foram direccionados para a gabardina da última imagem. Foi sem dúvida um grande buzz no momento do desfile.

Mas, claramente, podemos dizer que cada vez mais o Menswear se vem a afirmar no panorama  nacional (e internacional), o que é um enorme passo dado após a ruptura de paradigmas que limitavam a moda e o homem (com h pequeno).

Tiago Andrade

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