domingo, 9 de fevereiro de 2014

Fotografia retirada de: fashionista.com

O desfile de Prabal Gurung foi invadido por um homem vestido com uma tanga em padrão leopardo. Até agora, os média têm comentado apenas o mero acontecimento, não se tendo ainda pronunciado relativamente ao porquê de isto ter acontecido, possivelmente por: 1) ninguém saber ao certo; 2) ninguém querer falar sobre isso. Mais do que comentar o sucedido, convém perceber os motivos, assim como o contexto em que isto aconteceu.

Geralmente, os desfiles são invadidos com um propósito. Veja-se o exemplo mais recente das FEMEN que invadiram o desfile SS14 de Nina Ricci como forma de protesto contra a exploração do corpo feminino. Nesta situação, houve um motivo lógico por trás da acção. Contudo, no que diz respeito à invasão do desfile de Prabal Gurung, dificilmente se compreende o que levou este homem, disfarçado de rei-leopardo, a invadir o desfile do designer nepalês, assemelhando-se a sua indumentária às propostas e características dos designs FW14 Menswear de Dolce & Gabbana.

Sabe-se que esta colecção FW14 contou com a participação de uma nova stylist, em substituição de Tiina Laakkonen, amiga de longa data de Gurung. Elin Svahn foi a escolhida para a nova colaboração, tendo a stylist ficado encarregue de organizar a composição de todo o styling do desfile, assim como o da campanha publicitária, tarefas, até então, incumbidas a Tiina.

Acho que todos concordamos, à parte do sucedido, que este foi um dos desfiles mais fortes de Prabal Gurung, e a grande culpada é Elin Svahn, pois o trabalho de styling foi impecável.

Sabemos ainda que esta stylist é uma das protegidas de Karl Templer, também ele stylist, que conta com uma lista de clientes enorme, na qual se enquadram nomes como Alexander Wang, McQueen, Hilfiger, Gap e tantos outros. Templer usa frequentemente peças de Dolce & Gabbana, Nina Ricci, Gucci e Tom Ford nos fashion editorials que produz para revistas como a Vogue Itália e Interview, sendo exactamente estas duas revistas onde Elin Savhn mais vê os seus trabalhos publicados.

Prabal tem feito o seu caminho de forma honesta, simples e trabalhadora, tendo sido anunciado, em 2013, ano em que lhe foi concedida a nacionalidade americana, como um dos novos Board Members do CFDA. Talvez esta invasão tenha sido uma mera consequência do crescimento da sua popularidade ou, pura e simplesmente, aleatória.

Apesar de tudo, são demasiadas evidências e consequências juntas para se poder considerar este acontecimento como random ou, como referido no Telegraph, se poder considerar que o invasor possua uma doença mental ou qualquer tipo de distúrbio psicológico. Parece-me a mim que os motivos foram outros: alguém quis desviar o olhar das peças, levando os editores e os consumidores a focarem-se neste incidente. Reparem no que é mais falado agora: a colecção ou o rei-leopardo?

Missão cumprida.

Marta F. Cardoso

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