segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Jil Sander
Foto de: Courtsey Photo

Foi na passada Quinta-feira, dia 24 de Outubro, que Jil Sander anunciou a saída da marca homónima, sediada em Milão, alegando motivos pessoais.

Segundo a WWD, existem fontes em Milão que indicam que os alegados motivos pessoais se prendem com a relação entre Sander e o seu parceiro de longa data. Apesar da dinâmica atribulada entre a designer e o CEO da marca, Cremonesi, a declaração oficial descreve a saída de Sander como amigável. Cremonesi apenas agradece à designer a sua contribuição para a marca, ao longo deste período, realçando que o seu "excelente design e liderança criativa têm sido cruciais para reforçar a marca e promover um crescimento prósporo da mesma".

Jil Sander Primavera 2014, Milão
Foto de: Giovanni Giannoni

A designer, que irá completar 70 anos, apresentou a sua última colecção Primavera 2014 para a Jil Sander em Setembro. Sander deixa, assim, a colecção de Outono para ser feita pela equipa interna de designers da empresa.

Trata-se da terceira vez que a designer abandona a marca que ela própria criou.


Jil Sander fundou a casa em 1968, em Hamburgo, na Alemanha, e, em 1999, vendeu 75% da empresa ao Grupo Prada, saindo da mesma um ano mais tarde. Regressou às origens em Maio de 2003, mas a sua estadia foi de curta duração, voltando a sair 18 meses depois. Esteve ausente da marca durante 8 anos e, finalmente, retornou em Fevereiro de 2012 para substituir o ex-director criativo Raf Simons que assumiu o cargo durante 7 anos. Jil Sander já foi propriedade do Grupo Capital Partners e pertence, desde 2008, ao Grupo japonês Onward Holdings.

Apesar de Sander ser uma hands-on designer, obstinada e ter uma atenção meticulosa a detalhes, elevada ao perfeccionismo, os poucos meses que se manteve na marca não apagaram a essência do trabalho de Simons, que ainda faz parte da identidade da Jil Sander.

Este desfecho previsível tem um grande impacto para o futuro da Jil Sander que fica numa encruzilhada.

Tancrède de Lalun, gerente de mercadoria geral de homem e mulher na Printemps, em Paris, diz que estas "mudanças sucessivas na titularidade e nos designers de uma marca criam tempos difíceis para a mesma. Ainda mais porque demora quase 2 anos para que alguma mudança de estratégias passe para o consumidor. Esta indústria trabalha a longo prazo, como tal ter este tipo de turbulências a curto prazo não ajuda a criar a viabilidade duradoura de uma casa e a lealdade dos seus clientes". Ainda segundo o gerente, "o que podemos desejar agora para a Jil Sander é que encontre uma estratégia a longo prazo e se mantenha com ela".

Joana Costa

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