segunda-feira, 27 de maio de 2013



Belém. Local cultural por onde passam pessoas de diferentes nacionalidades. Local histórico que se confunde num leque de várias paisagens. Local monumental visitado por diferentes gerações e por diversos motivos. Belém. Uma zona privilegiada de Lisboa, banhada pelo rio Tejo e iluminada pelo estilo manuelino. Uma zona que, sendo carregada de tradição, memórias e lendas, recebe desde famílias a turistas de todo o mundo.

A carga histórica deste local é impossível de negar. Ancorado pela Torre de Belém e elitizado pelo Centro Cultural, Belém é um porto de abrigo para os artistas que lá passam em busca de inspiração.

O Mosteiro, o Palácio, os Jardins, os sonhos e os amores. Belém tem história. Uma história densa, marcada por palavras ditas há séculos atrás e ansiada por palavras que se vão soltando à medida que o tempo passa. Estas palavras correm tanto na boca de conversas alheias entre casais apaixonados, bem como na alma de quem apenas procura este local para se sentir em casa.

É lá que corre um rio, é lá que correm lágrimas. Correm pintores, cantores, músicos e letristas. Correm mulheres e homens. É em Belém que algumas crianças começam a dar os seus primeiros passos, ainda incertas do que o futuro lhes reserva e daquilo em que, um dia, se virão a tornar.

Eu fui uma dessas crianças. Brinquei nos jardins. Cresci a amar os pássaros e a subir às árvores ao pé da Torre. Foi lá que comecei a construir-me e foi lá que, por vezes, me desconstruí. Foi em Belém que aprendi a amar não só a história e as letras, mas também a humanidade e toda a diversidade que ela representa.

Se forem a Belém, não passem pelos Pastéis. Façam-nos vocês mesmos. Criem memórias, ilustrem pensamentos, fechem os olhos enquanto se deitam na relva, caricaturem os vossos medos, discutam pormenores, abram o coração. Bebam aquilo que vos rodeia e aprendam a conhecer-se. Pintem com novas cores, inventem novas palavras, desenhem novos sorrisos. Comecem de novo, se precisarem. Dêem continuidade ao que já foi feito, se o caso for esse.

Se forem a Belém, não passem pelos Pastéis.

Façam-nos vocês mesmos.

Marta F. Cardoso

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