quinta-feira, 12 de julho de 2012


Olá a todos!

Esta 5ª Feira volto a trazer-vos um fashion icon. Desta vez, venho falar-vos sobre a princesa do Mónaco, Grace Kelly, que foi considerada como a 13ª Lenda do Cinema Mundial, segundo o Instituto Americano do Cinema.

Grace Kelly não é indiferente. A maioria das raparigas já sonhou um dia em ser como ela. Alguns rapazes fantasiam com a sua beleza angelical, enquanto outros se inspiram nos seus traços gentis e clássicos, tendo Grace Kelly na sua lista de referências.

Grace Kelly no filme High Society

Grace Patricia Kelly, mais tarde conhecida como Princesa Grace do Mónaco, é considerada uma das mais belas mulheres do mundo. Com a sua pele de porcelana e postura, ela conseguia fazer do mais simples dos looks algo glamoroso. A sua carreira artística, embora breve, e o seu casamento com o Príncipe do Mónaco, Rainier III, contribuíram em grande parte para todo o fascínio criado à sua volta. Contudo, foi a sua beleza delicada, a sua simples elegância e o seu temperamento doce e simpático que fizeram dela um ícone mundial.

Filha de Jack Kelly e de Margaret Katherine Maier, Grace nasceu dia 12 de Novembro de 1929, na Filadélfia. Desde cedo, mostrou um enorme interesse pela carreira artística. Os seus estudos passaram pela Ravenhill Academy e pela Stevens School, ambas em Germantown, na Pensilvânia. Teve, desde sempre, um grande interesse na música e na dança, enquanto ia participando em eventos de moda com a sua mãe e irmã. Em 1947, termina os seus estudos e viaja até Nova Iorque, onde frequenta a Academia Americana de Artes Dramáticas.

A sua carreira no mundo das artes passou por várias fases desde o teatro à televisão, até ao cinema. Mesmo com a oposição dos pais, Grace seguiu o caminho que desejava e, ao longo do seu percurso, estreou em 11 filmes, sendo muitas vezes indicada e tendo ganho diversos prémios devido à participação nos mesmos.

Entrega dos Óscares, 1955

Em 1954, Alfred Hitchcock, após ver o casting que Grace fez para o filme Taxi (onde não conseguiu entrar) e a sua participação no filme High Noon de Fred Zinnemann (1952), convida-a para a sua nova produção: Dial M to Murder. Hitchcock foi um dos seus últimos mentores e tirava todo o proveito da sua beleza no ecrã. Com o seu papel neste filme, Kelly passou a ser considerada como "A musa de Hitchcock".

Grace Kelly no filme Dial M for Murder

De entre muitas nomeações que conseguiu, Grace ganhou, entre outros, os seguintes prémios:
  • O Globo de Ouro para Melhor Actriz Coadjuvante, em 1954, com a sua participação no filme Mogambo de John Ford;
  • O Globo de Ouro como Melhor Actriz em Filme Dramático;
  • O Óscar de Melhor Actriz Principal, em 1955, com o filme Amar é Sofrer, que lhe valeu também o Henrieta Award de Feminino Favorito, em 1956.

No que respeita à sua vida pessoal, Grace Kelly viu a sua privacidade muito invadida pela imprensa. A sua vida amorosa sempre foi alvo de grande especulação e de mexericos por parte dos media. Antes do seu casamento com o Príncipe soberano do Mónaco, Rainier Louis, teve vários casos amorosos, quer com colegas de filmagens, quer com outras personalidades. Chegou a estar noiva do designer Oleg Cassini, mas, após a objecção por parte dos seus pais, terminaram o namoro.

É em 1955 que conhece Rainier Louis, durante o festival de Cannes, quando pousaram juntos numa sessão fotográfica. Na altura, tinha 26 anos e ele 36. Depois de vários atrasos e complicações, conhecem-se oficialmente no Mónaco e, três dias após Rainier ter conhecido a família Kelly, marcam casamento que, segundo a imprensa, seria o "Casamento do Século". As preparações começaram e o Palácio do Mónaco foi remodelado e pintado para acolher a futura princesa que a 4 de Abril de 1956 parte com a família em direcção ao Mónaco, onde foi recebida por cerca de 20.000 mil pessoas.

A 18 de Abril, realiza-se o seu casamento civil, na Sala do Trono do Palácio, onde usou um vestido feito de tafetá num tom de rosa pálido, cobreto de renda alençon em tons de creme. Usou umas luvas e um juliet cap.

Cerimónia civil do casamento com Rainier III

No dia seguinte, dá-se, então, a festa religiosa. A mesma aconteceu na Saint Nicholas Cathedral. O casamento foi visto por aproximadamente 30 milhões de espectadores, via televisão.

Cerimónia religiosa do casamento com o Princípe


Embora tenha deixado de fazer aparições no grande ecrã, após o seu casamento, a Princesa Grace continuou a apoiar as artes através de várias instituições. Intensificou o seu trabalho humanitário, apadrinhando diversas causas. Em 1964, foi criada a Fundação Princesa Grace (Mónaco) com o objectivo de apoiar pessoas com necessidades especiais e, após a sua morte, foi estabelecida a Fundação Princesa Grace (Estados Unidos da América) para continuar o trabalho que a princesa teve em vida.

Morreu a 14 de Setembro de 1982, vítima de um acidente no Mónaco, quando regressava de carro da casa de campo da família com a sua filha Stephanie, que sofreu apenas alguns ferimentos. Foi enterrada quatro dias depois.

Fotografia de família

Podemos dividir o seu estilo em três partes distintas, cada uma correspondendo a um período diferente da vida de Kelly:
  • Actriz;
  • Noiva;
  • Princesa.

Embora o seu guarda-roupa enquanto princesa seja magnífico, são os seus tempos de Hollywood que mais merecem destaque e que mais despertam atenção. A revista Life considerou o ano de 1954 como "O ano de Grace". Enquanto actriz, Grace Kelly usou roupas de diversos designers, sendo uma das primeiras a usar Oleg Cassini. O próprio Cassini dizia "eu criei o Grace Kelly look" e a verdade é que ele ajudou muito a aumentar a grandeza de Grace Kelly, encorajando-a a realçar o seu corpo modelo com roupas elegantes que o evidenciavam, em vez de o disfarçar com um estilo mais descuidado. Segundo Cassini, "Grace vestia-se como uma professora. Neutralizava a sua beleza porque queria ser vista como uma actriz. Eu disse-lhe que podia ser as duas. Tinha de por um pouco de sex-appeal nas suas roupas".

Grace Kelly usando Oleg Cassini

Mas se Oleg Cassini moldou o estilo da actriz, Alfred Hitchcock acentuou-o ainda mais. Edith Head foi a criadora de muitos dos figurinos que Kelly usou nos filmes de Hitchcock, mas sempre afirmou que seguia à risca a visão do director para a criação do guarda-roupa. Hitchcock queria reflectir em Kelly uma simbiose de elegância e sex-appeal. Havia sempre um motivo por trás da escolha de cada look.

Edith desenhou dos mais belos fatos que Grace Kelly usou, dentro e fora do ecrã. Como exemplo temos o belo vestido de noite do filme "Rear Window" ou o elegante vestido de cetim azul que Kelly vestiu na estreia do filme "The Country Girl".

Grace em Rear Window
Óscares, 1955

Hitchcock espalhou o fenómeno Kelly handbag quando, em 1954, permitiu que Edith Head adquirisse acessórios na Hermès, em Paris, para o filme "To Catch a Thief". Dois anos mais tarde, a Hermès mudou o nome do modelo de uma mala para "Kelly", após a princesa a ter usado para esconder a sua gravidez dos paparazzi.

A famosa Kelly bag

Outro grande nome que também vestiu a actriz foi Helen Rose, que criou magníficos looks on screen para Grace.

Filme High Society

Helen Rose, vencedora do Óscar de Melhor Guarda-Roupa, criou o vestido de noiva de Grace. Esse  mesmo vestido é lembrado como um dos mais belos e elegantes vestidos de todos os tempos. O vestido de noiva da princesa era feito de tafetá de seda e tule e foi decorado com rosas de renda de Valenciennes. O véu de noiva era coberto de apliques de renda em forma de pombinhos e milhares de sementes, todas elas feitas em pérolas. Era um vestido de gola alta, manga longa e bastante tradicional. Os seus acessórios incluíam uma pequena Bíblia e um bouquet de Lírios do Vale. Ainda hoje, o seu vestido continua intemporal e pode ver-se no vestido de casamento de Kate Middelton alguma inspiração nele.

O famoso e lindíssimo vestido de casamento

Enquanto princesa, começou a seguir as casas de alta costura em Paris. Kelly dizia: "A nosssa vida dita um certo tipo de guarda-roupa mas acho que é importante ver primeiro a pessoa e as roupas que usa depois". Embora um pouco mais extravagantes, os seus looks continuaram clássicos e elegantes mesmo após se ter tornado princesa.

Grace associou-se especialmente à casa de Christian Dior. É necessário notar que, tal como anteriormente na sua vida, Grace usou os mesmos vestidos para mais do que uma ocasião, quer fosse o icónico vestido verde da Givenchy, o vestido em polka-dot da Dior, os fatos Chanel, ou os espantosos conjuntos Balenciaga.

Vestido verde da Givenchy
Vestidos Dior usados por Grace Kelly em exposição no V&A Museum

Com todas as mudanças que aconteceram na moda ao longo da sua vida, Grace Kelly manteve-se sempre fiel ao seu estilo elegante de Hollywood e, ainda assim, os media sempre lhe prestaram imensa atenção e foi constantemente um alvo para os paparazzi e para as capa de diversas revistas.

Capa da revista ELLE

O Grace Kelly look ainda hoje é muito admirado e serve de inspiração para designers de renome e para grandes marcas. Em 2010, designers como Erdem e Prada criaram colecções que fazem referência à sua provocação feminina e ao seu glamour apaixonante.

Kiss kiss bang bang,
Joana Costa
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Revisto e editado por Marta F. Cardoso

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